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Seca piora e hidrelétricas devem ficar abaixo de 40% em outubro

A seca deve se agravar no mês de outubro e fazer com que o nível de água das hidrelétricas caia pelo 6º mês seguido. As projeções do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) são de que o volume de água armazenada deve cair para menos de 40% no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que concentra 70% dos reservatórios do país.

Ao longo de outubro, a previsão do tempo indica que as chuvas devem voltar gradualmente, mas em níveis baixos e insuficientes para aumentar a afluência dos rios ou recompor os reservatórios das grandes usinas hidrelétricas. Com isso, a vazão deve seguir baixa e o volume de água armazenada cair ainda mais até o final do próximo mês.

O subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é o principal do país, tinha um nível de água armazenada para gerar energia de 72,9% em abril. O período seco mais severo em 2024 fez esse volume entrar em queda livre. Chegou a 55,7% em agosto e está em 42,7% neste final de setembro. Para outubro, a expectativa atual é que fique em 39,9%.

Outros 2 subsistemas relevantes para o setor elétrico, o Sul e o Nordeste também estão em queda. Este último estava com nível médio de 78% em abril. Caminha para fechar setembro com 50%. Para outubro, a projeção do ONS é que o nível das grandes usinas no Nordeste termine em 44,2%. 

Já a região Sul é o caso mais emblemático desta seca. O subsistema atingiu nível de quase 95% em maio com as fortes enchentes no Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina. De lá para cá despencou com a ausência quase total de chuvas. Em outubro, o volume na região deve fechar em 53,7%.

Tradicionalmente, outubro é o mês mais delicado de operação do sistema elétrico. Por ser o final do período de estiagem, o nível dos reservatórios está sempre mais baixo. Mas neste ano, a seca recorde piorou e muito a situação e tem pressionado o sistema sobretudo nos horários de maior consumo de energia.

“As projeções para o próximo mês permanecem com afluências abaixo da média nas principais bacias. Esse fator combinado com a expectativa de temperaturas mais elevadas do que o histórico para o mês de outubro deixa o sistema elétrico mais pressionado, principalmente nos horários da ponta de carga (horas de pico). No entanto, o sistema dispõe dos recursos necessários para o atendimento da demanda”, diz Christiano Vieira, diretor de Operação do ONS.

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