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Reunião do Copom: maiores bancos privados do país já não preveem mais corte de juros nesta semana

Os quatro maiores bancos privados do país, o Itaú, o Bradesco, o Santander e o BTG Pactual, já não apostam mais em corte de juros na próxima quarta-feira (19), quando se reúne o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central — colegiado formado pelo presidente e diretores da instituição.

Com isso, a expectativa das quatro maiores instituições financeiras do Brasil é de que a taxa Selic permaneça no atual patamar de 10,50% ao ano.

A maior parte dos bancos do país, consultados pelo BC na semana passada, ainda não tinha migrado para essa posição. Eles apostavam, em sua maioria, em uma redução da taxa de 0,25 ponto percentual, para 10,25% ao ano, na reunião do Copom desta semana.

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, que influencia outros índices de juros no país, como taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. A definição da Selic é o principal instrumento de política monetária usado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação.

Veja o que dizem os quatro maiores bancos do país em ativos:

  • Bradesco“Esperamos estabilidade no corte de juros. Após a comunicação do Banco Central ser mais enfática na preocupação com a desancoragem das expectativas [de inflação em relação às metas], entendemos que não haverá corte de juros nas próximas decisões”.
  • Santander: “Na última reunião, o Copom migrou oficialmente para um tom mais preocupado com as expectativas de inflação. Acompanhando esse impulso, acreditamos que as expectativas sobre o horizonte da política [monetária, sobre a taxa de juros] pioraram ainda mais desde a referida reunião [no início de maio]. Além disso, todas as principais variáveis ​​que servem de insumo às projeções de inflação do Banco Central pioraram desde a última reunião”. Diante desse cenário, não esperamos cortes na reunião e, assim, mudança em nossa projeção de índice Selic para [o fim de] 2024 para 10% (de 9,75%)”.
  • Itaú: “Em meio às expectativas de inflação crescentes (já parcialmente desancoradas), atividade econômica resiliente e maiores incertezas doméstica e externa, entendemos que não há mais espaço para cortes adicionais de juros. Portanto, revisamos nossas projeções para a taxa Selic, de 10,25% a.a. para 10,50%, ao final de 2024 e 2025″.
  • BTG Pactual: “Esperamos que o Copom encerre o ciclo de cortes da taxa Selic em sua reunião de junho, mantendo a taxa base em 10,50% ao ano. De acordo com a ata de maio, apesar do largo dissenso, todos os membros do comitê concordaram em adotar uma política monetária mais contracionista, mais cautelosa e sem indicação futura, em virtude do cenário global incerto e do cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas [de inflação] desancoradas”.

O patamar elevado da taxa básica de juros da economia brasileira, em comparação com outros países, tem sido criticado recorrentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Estamos reféns de um sistema financeiro que praticamente domina a imprensa brasileira. Ninguém fala da taxa de juros de 10,25% em um país com uma inflação de 4%. Pelo contrário, dão uma festa para o presidente do Banco Central. Quem deu a festa deve estar ganhando com esses juros”, disse Lula neste sábado (15), por meio de rede social.

Nesta semana, o Banco Central informou que o lucro líquido dos bancos subiu para R$ 144,2 bilhões em 2023, e bateu novo recorde histórico.

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