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Quase 75% das empreendedoras do Estado do Rio têm rendimento menor do que dois salários mínimos

Um estudo conduzido pela Secretaria estadual da Mulher (SEM) mostra, em resultados preliminares, que quase a metade dos negócios liderados por mulheres no Estado do Rio (48%) não tem CNPJ. Além disso, a pesquisa — que tem o objetivo de traçar o perfil e compreender as necessidades das empreendedoras fluminenses — indica que apenas 13,4% empregam outras pessoas. Do total, o rendimento delas, em sua maioria (74%), está abaixo de dois salários mínimos (R$ 2.824): 36,4% recebem até meio piso nacional (R$ 706); 22,2% recebem de R$ 706 a R$ 1.412; e 15,4%, e R$ 1.412 a R$ 2.824.

Com base nas respostas dadas por mais de 1.700 mulheres entrevistadas, a pesquisa destaca que 45% têm ensino superior completo, 60% se declaram negras, e 72% têm 40 anos ou mais, com a maioria concentrada na faixa etária de 40 a 50 anos. Além disso, 77% são mães, 46% são casadas e metade delas é a principal ou única fonte de renda familiar.

A maioria tem o negócio há mais de um ano, sendo 41,6% há mais de cinco anos, 25,5% entre dois e cinco anos, e 16% entre um e dois anos.

Segundo a secretária estadual da Mulher, Heloisa Aguiar, “empreender é uma tarefa solitária para a maioria das mulheres”, com cerca de 86% delas tocando seus negócios sozinhas, assumindo todas as responsabilidades.

Ainda segundo ela, vale destacar a importância dessa pesquisa para subsidiar políticas públicas inovadoras e avançadas, destacando o recente lançamento do Conselho Estadual do Empreendedorismo Feminino.

— A pesquisa já aponta que empreender é uma tarefa solitária para a maioria das nossas mulheres. Cerca de 86% tocam sozinhas seu negócio, desempenhando todas as funções. Ao fim desse levantamento, teremos um mapeamento de oportunidades e desafios para construirmos uma política pública avançada, inovadora, que seja exemplo para o Brasil. Inovamos com o Conselho Estadual do Empreendedorismo Feminino, formado por 33 mulheres de diferentes setores, lançado em março, e queremos caminhar ainda mais nessa pauta – diz a secretária.

Identificação de demandas

De acordo com a superintendente de Autonomia Econômica da SEM, Karol Mendez, uma equipe também percorre diversos municípios para conversar com as empreendedoras, com o objetivo de ampliar e tornar diverso esse estudo, abrangendo muitas realidades vivenciadas pelas entrevistadas.

— Queremos identificar as principais demandas, quem são essas mulheres e, assim, entender o que o Estado pode fazer para fortalecê-las em seus empreendimentos — explica Karol.

O questionário da pesquisa está disponível no site da secretaria até 31 de maio, composto por 30 perguntas que visam a gerar um diagnóstico abrangente do empreendedorismo feminino no estado. Basta acessar o endereço www.secmulher.rj. gov.br. O estudo aborda questões de gênero, raça, renda e outros recortes para identificar os principais desafios e oportunidades enfrentados, incluindo a necessidade de gestão financeira do negócio e capacitação profissional.

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