O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem falado em promover uma espécie de segundo turno na Venezuela para resolver a disputa entre o ditador Nicolás Maduro e a oposição. Até o momento, a ideia não foi mencionada publicamente. A reportagem apurou que o presidente já fez comentários sobre isso com ministros do governo.
A hipótese de uma nova eleição vem sendo vendida como uma espécie de “segundo turno”, somente entre Maduro e o opositor Edmundo González Urrutia.
No fim de semana, María Corina Machado, maior aliada de Urrutia, jogou um balde de água fria na proposta. “De onde tiraram essa ideia de uma nova eleição? Aqui já houve uma”, disse. “A eleição foi sob os termos do regime, com uma campanha desigual. E nós ganhamos. A única saída é fazer Maduro entender que sua melhor opção é uma saída negociada.”
O impasse vem desde a eleição de 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), dominado pelo governo, declarou Maduro vencedor, mas não mostrou as atas das urnas e ninguém sabe de onde vieram os seus votos. A oposição afirma que houve fraude e que o candidato Edmundo González Urrutia teria sido eleito.
Urrutia e María Corina tiveram acesso a mais de 80% das atas de votação. Os dados foram examinados por agências de monitoramento eleitoral e jornais independentes, que atestaram a vitória da oposição. Foi o suficiente para convencer os EUA a reconhecerem Urrutia como vencedor – outros países, como Argentina, Equador e Peru, também fizeram o mesmo.