O cérebro do ex-boxeador Adilson Maguila (1958-2024) será doado para estudos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ele morreu nesta 5ª feira (24.out.2024), aos 66 anos. Sofria de uma doença degenerativa e sem cura chamada encefalopatia traumática crônica (ECT), causada por seguidos traumas na cabeça.
Maguila havia concordado com a doação do cérebro em 2018. Uma das maiores dificuldades para se entender mais sobre a ECT, chamada de “demência pugilística” (leia mais abaixo), é o fato de uma pesquisa mais minuciosa ser possível só após a morte da pessoa.
A ECT é conhecida por “demência pugilística” em referência a boxeadores e ex-boxeadores que foram diagnosticados com a doença. Pela natureza do esporte em que competiam, sofriam milhares de pancadas repetidas na cabeça ao longo da carreira. Entre os sintomas estão dores de cabeça, depressão, alterações de comportamento e perda de memória.
Maguila não é o 1º ex-atleta a ter o cérebro doado para estudos científicos. A família de Éder Jofre (1936-2022) fez o mesmo. Depois, descobriu-se que o ex-boxeador sofria de encefalopatia traumática crônica.
Outro caso similar foi o do capitão do 1º título mundial da seleção brasileira de futebol, Bellini (1930-2014). Uma análise do cérebro do ex-jogador mostrou o diagnóstico de ECT. No caso do futebol, o choque se dá no momento do cabeceio.