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Casamentos, restaurantes… ‘boom’ de serviços faz Brasil bater recorde de pessoas ocupadas em 2023

Em 2023, o Brasil superou a marca de 100 milhões de pessoas ocupadas pela primeira vez na série histórica iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número (100,7 milhões) representa 57,6% da população com idade para trabalhar no país.

Também vem crescendo, nos últimos anos, a porcentagem de trabalhadores ocupados que têm ensino superior completo. Mesmo assim, o grupo ainda é minoria: 23,1%, ou seja, aproximadamente um a cada quatro brasileiros (leia mais abaixo).

Os dados são da Pnad Contínua sobre características adicionais do mercado de trabalho em 2023, que foram divulgados na última sexta-feira (21). A série não tem dados de 2020 e 2021 por causa da redução da taxa de resposta durante a pandemia de coronavírus.

Para o economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), esse cenário pode ser explicado, em parte, pelo “boom” de serviços nos últimos anos.

“As pessoas tinham diminuído muito o consumo de serviços, mas, em 2022 e 2023, a gente viu uma alta que não se via há muito tempo e que gera empregos. Estamos falando de grandes eventos, casamentos, restaurantes, tudo isso”, avalia.

O levantamento do IBGE mostra ainda que o mercado de trabalho no país segue em expansão, após recuperar, em 2022, os indicadores de antes da pandemia (2019). O número de pessoas ocupadas em 2023 foi 1,1% mais alto do que o de 2022, o recorde anterior para a série.

O percentual recorde é de 2013, quando 58,3% da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Na sequência, esse percentual começou a cair e chegou ao seu menor patamar (55,4%) em 2017.

“Depois de 2013, o Brasil entrou naquele período de crise econômica, impeachment [de Dilma Rousseff] e tudo mais. Em 2017, tivemos o menor nível de ocupação, mas, felizmente, o Brasil entrou em uma recuperação e o percentual subiu”, explica William Araújo Kratochwill, analista de pesquisa do IBGE.

Para Daniel Duque, da FGV, o Brasil está muito próximo de alcançar o patamar de 2013, mas, atualmente, o país tem “menos pessoas dispostas a estar ocupadas”.

“Tem mais pessoas sem procurar emprego. Um grande motivo é a expansão do Bolsa Família, que dava um poder de compra de R$ 190 até 2019 e pulou para mais de R$ 700 em 2023”, explica o economista. “Mas não quer dizer que isso seja ruim”, ressalta.

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