O Brasil registrou em 2023 o menor número de mortes violentas intencionais desde 2011, com 46.328, mas o país tem uma média de homicídios quase quatro vezes superior à taxa mundial. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, divulgado nesta quinta-feira (18).
Na categoria de mortes violentas intencionais estão incluídos os homicídios dolosos, os feminicídios, os latrocínios, as lesões corporais seguidas de mortes, as mortes de policiais e as mortes decorrentes de intervenção policial.
Segundo a publicação, as mortes violentas intencionais tiveram uma redução de 3,4% em suas taxas por 100 mil habitantes em 2023, em relação ao ano anterior. Em 2022, o Brasil teve 47.963 ocorrências desse tipo.
O país começou a reduzir a quantidade de mortes violentas intencionais por ano em 2018. Entre 2017, ano em que houve uma quantidade recorde de 64.079 ocorrências, e 2023, com 46.328 casos, as estatísticas caíram 27,7%.
Apesar disso, a publicação destaca que no ano passado o país teve uma média de 22,8 mortes violentas intencionais para cada grupo de 100 mil habitantes.
Essa taxa é quase quatro vezes maior do que a taxa mundial de homicídios, que segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime é de 5,8 mortes por 100 mil habitantes.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública diz que “é preciso reconhecer que a tendência de queda é consistente e constante, mas é preciso alertar para o fato de o trajeto ainda ser longo e tortuoso”.
“No Brasil vivem aproximadamente 3% da população mundial. Mas o país, sozinho, responde por cerca de 10% de todos os homicídios cometidos no planeta. Dito de outra forma, os níveis de violência letal no Brasil estão longe de serem considerados adequados e/ou condizentes com padrões mínimos de desenvolvimento humano e social”, diz o relatório do Anuário.