O Copom (Conselho de Polícica Monetária), do BC (Banco Central), começa nesta terça-feira (10) a reunião que poderá decidir aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,75 ponto percentual, passando dos atuais 11,25% para 12% ao ano. Essa é a expectativa dos economistas para a Selic. Mas há analistas que apostam em até 1 ponto percentual.
Será a terceira alta consecutiva, desde setembro, e a maior desde março de 2022, quando aumentou 1 ponto percentual. A reunião, que termina na quarta-feira (11) com o anúncio da nova taxa, será a última com Roberto Campos Neto na presidência do BC. Ele deixará o cargo no dia 31 de dezembro, para o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, assumir.
Com a escalada do dólar e da inflação, o Banco Central poderá intensificar o aumento da Selic para conter o consumo e o aumento de preços. A Selic é o principal instrumento para controlar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.
No Boletim Focus desta semana, a projeção para a taxa Selic aumentou de 11,75% para 12%, indicando que o Copom deve elevar os juros em 0,75 ponto porcentual. Já a previsão de inflação do país, medida pelo IPCA de 2024, subiu de 4,71% para 4,84%, acima do teto da meta, de 4,50%.
Para Idean Alves, especialista em mercado de capitais e planejador financeiro, a tendência é que o remédio seja mais amargo agora para que nas próximas reuniões não sejam necessárias novas altas.
“A minha expectativa e do mercado de forma geral é de ter uma alta de 0,75% na taxa Selic, por conta da ancoragem das expectativas de inflação se dar apenas no médio prazo. Como ela está levemente acima do teto, a perspectiva para o ano que vem é de que ela siga pressionada se nada for feito”, afirma Alves.