O número de fuzis apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) cresceu 113% no Brasil nos primeiros sete meses de 2024 na comparação com todo o ano passado. As fronteiras do país com o Paraguai e Bolívia têm sido utilizadas cada vez mais como rota do tráfico por facções brasileiras.
- De janeiro a julho deste ano, 79 armas foram apreendidas;
- Em todo ano passado, foram confiscados 37 fuzis.
Os fuzis, conhecidos por serem uma arma de grosso calibre e que atingem alvos de longa distância, são usados por milícias e pelo tráfico, principalmente nas grandes capitais.
Conforme análise da própria PRF, os armamentos entram por meio das fronteiras, como a Bolívia e o Paraguai, que estão ao lado de Mato Grosso do Sul e Paraná. No Brasil, são mais de 4,7 mil km de fronteira com os dois países latinos. Destes, 1,6 mil km são em território sul-mato-grossense.
De acordo com o coordenador geral de combate ao crime da PRF, Alysson Simensato, um dos maiores desafios para a polícia é o fortalecimento da fiscalização nas regiões de fronteira. “É um dos nossos maiores desafios, porque adentrando o território nacional, ela [tráfico] pode tomar destinos diversos para chegar ao seu ponto final”, explica Simensato.
A fiscalização é uma das estratégias que podem trazer resultados importantes, segundo Jacqueline Muniz, doutora em Segurança Pública.
“A oportunidade de redução de confrontos armados entre grupos criminosos com a polícia e entre eles diminui, também, a vitimização dos cidadãos e o risco da bala perdida”, disse.
Para que isso ocorra, Jacqueline afirma que é preciso a interação com as forças de seguranças de outros países para combater o crime organizado.
“Não apenas da polícia com outras polícias, mas com outras agências que cuidam das fronteiras com os países vizinhos, para que o resultado da polícia não seja um enxuga gelo. Todo dia ela refazer a mesma coisa”, finaliza Muniz.