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Novo recurso de áudio da urna eletrônica facilita a votação de deficientes visuais

Nas eleições municipais deste ano, os 14.595 eleitoras e eleitores do estado do Rio de Janeiro que declararam ter deficiência visual poderão contar com um novo recurso de acessibilidade na hora de votar. A voz sintetizada Letícia será a guia de eleitores(as) cegos ou com baixa visão durante a votação. Todos os modelos de urna utilizados nas eleições municipais estarão equipados com a inovação, que garante o sigilo do voto e a autonomia das pessoas cegas ou com baixa visão.

Ao entrar na seção eleitoral e se identificar, a pessoa deve comunicar a condição à equipe de mesárias e mesários. Os integrantes da mesa receptora habilitarão a urna para o voto e entregarão fones de ouvido para uso durante a permanência na cabine eleitoral.

Além de oferecer instruções básicas para dar início ao processo de votação, o que já era feito pelo antigo áudio da urna eletrônica, a Letícia informará o cargo habilitado para escolha no momento, os números digitados e o nome da candidatura escolhida.

Os teclados de todas as urnas eletrônicas dispõem, ainda, de sistema Braille e identificação da tecla 5, para auxiliar pessoas com deficiência visual no momento do voto. Outro recurso de acessibilidade, dessa vez voltado a eleitores(as) surdos, ou que tenham perda leve ou moderada de audição, é a apresentação de um intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), que informará na tela o cargo em votação.

Sotaque do Rio

A voz sintetizada Letícia foi criada em atenção a uma sugestão da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB) e pertence à atriz, cantora e deficiente visual Sara Bentes, de Volta Redonda. Para chegar ao resultado final, Sara precisou gravar mais de 30 horas de leitura em um estúdio profissional. A partir dessa amostragem, foi formada a voz sintética.

Para passar a voz Letícia para a urna eletrônica, a Seção de Voto Informatizado do TSE utilizou o RHVoice, software livre criado por programadores cegos, que converte o texto em fala e funciona como uma espécie de ‘banco de vozes’ público.

A ferramenta, já equipada com o modelo da voz Letícia, foi integrada à urna eletrônica para que as orientações sobre a votação e as escolhas realizadas no momento do voto (incluindo os nomes das candidaturas) fossem faladas para eleitoras e eleitores que utilizam o recurso de acessibilidade.

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