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A nossa inteligência artificial tem que ser uma fonte de empregos e talentos, diz Lula

O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) 2024-2028 apresentado nesta terça (30), na abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, prevê R$ 23 bilhões de investimentos no quadriênio, sendo a ampla maioria de origem estatal, cabendo R$ 1,06 bi para a iniciativa privada. Essa estimativa inicial não desconsidera que empresas e organizações privadas façam aportes maiores durante o percurso, na perspectiva que o apoio governamental as estimulem.

Ao receber o Plano durante a abertura, o presidente Lula afirmou que a data é marcante para a sociedade brasileira.


“Será que nós, um pais de 200 milhões de habitantes, um país que completou 524 anos, um pais que tem uma base intelectual respeitada no mundo, esse pais não pode criar seu mesmo mecanismo, ao invés de ficar esperando que a inteligência artificial venha da China, venha dos Estados Unidos, venha da Coreia do Sul, venha do Japão. Porque não pode ter a nossa?”

“ A nossa inteligência artificial tem que ser inteligente, e a gente tem de fazer com que ela gere empregos neste país, que a gente forme milhões de jovens preparados”, afirmou o presidente

A maior parte dos recursos estatais virá de linha de crédito oferecida em conjunto pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ambos ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) que responderão por aporte, via crédito, de R$ 12,72 bilhões.

Completam a participação estatal verbas não-reembolsáveis – sujeitas a risco, portanto sem necessidade de devolução – de R$ 5,57 bilhões do FNDCT e mais R$ 2,90 bilhões de origem no orçamento federal. Há previsão ainda de R$ 430 milhões vindos de empresas estatais e R$ 360 milhões de outras fontes públicas.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que os investimentos públicos no plano se equiparam aos da União Europeia, e que o desafio é traduzir os investimentos em riqueza. 


“Indicadores internacionais nos colocam na posição de 13º pais do mundo na produção científica, e nós precisamos traduzir essa produção em riqueza, produtos, inovação. Esse é o grande desafio, que quando a gente vai para a inovação, a gente se posiciona no 49º lugar. E é preciso que a gente aproxime essa diferença que existe. Nós estamos vivendo um marco. Um marco importante para a ciência brasileira. É o coroamento da retomada do diálogo e da participação”, afirmou


O PBIA foi estruturado em duas grandes fases de operação. A primeira, intitulada “Ações de Impacto Imediato”, prevê a introdução da inteligência artificial na modernização de serviços públicos direcionados à maioria da população. Na área da Saúde, por exemplo, o plano quer implementar processos de desinfecção autônoma de ambientes hospitalares e ambulatoriais por meio de robôs, ou ainda a transcrição automática do conteúdo de teleconsultas prestadas no âmbito do SUS, que ficarão à disposição no prontuário digital dos pacientes, protegidos por devido sigilo. Outro exemplo é a oferta de diagnósticos bucais ou auxílio para prescrição de medicamentos.

Outras aplicações que o Governo pretende entregar em curto prazo são cálculos de dívidas residuais de financiamento da casa própria, previsão do tempo precisa e localizada desde grandes a pequenas áreas territoriais, catalogação de árvores na Floresta Amazônica, ensino de Matemática no Ensino Fundamental ou controle de estoque e de aquisição das merendas escolares.

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