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El Niño apresenta sinais de enfraquecimento, diz instituto meteorológico internacional

A OMM (Organização Meteorológica Mundial) divulgou nesta segunda-feira (3) que o fenômeno El Niño de 2023/2024 está perdendo forças e dando indícios de acabar. O evento acontece quando existe um aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico, interferindo nas temperaturas e nas chuvas em diversas regiões do planeta, como no Brasil. Ainda de acordo com a ONM, o El Niño deve dar lugar ao La Niña ainda neste ano, o que vai levar a uma queda nas temperaturas.

“O evento El Niño de 2023/24, que ajudou a alimentar o aumento das temperaturas globais e das condições meteorológicas extremas em todo o mundo, dá agora sinais de que vai acabar. É provável que haja um retorno às condições de La Niña ainda este ano”, informou a instituição.

A ONM alertou o El Niño que está em andamento acabou por aumentar as temperaturas globais ainda mais em função das alterações climáticas induzidas pelo homem, o que exacerbou condições meteorológicas e climáticas extremas e afetou os padrões sazonais de precipitação e temperatura.

“Todos os meses desde junho de 2023 estabeleceram um novo recorde de temperatura — e 2023 foi de longe o ano mais quente já registado. […] As temperaturas excepcionalmente elevadas da superfície do mar continuarão a desempenhar um papel importante durante os próximos meses”, afirmou o secretário-geral adjunto da OMM, Ko Barrett.

No ano passado, o fenômeno causou a diminuição de chuvas em estados como o Mato Grosso e na Região Norte. A estação meteorológica do Inmet de São Félix do Xingu, no Pará, por exemplo, registrou um volume total de 890 mm, quando a média histórica é de 1.985 mm.

O fim do El Niño não significa uma pausa nas alterações climáticas a longo prazo, uma vez que o nosso planeta continuará a aquecer devido aos gases de efeito estufa que retêm o calor.

Em contraste com os números de seca, os maiores volumes de chuva foram observados principalmente no Rio Grande do Sul, com acumulados que superaram os 2.000 mm no ano. O destaque ficou para o município de Passo Fundo, onde foi registrado um volume total de 2.840 mm, o que corresponde a 922 mm acima da média histórica anual.

Segundo a ONM, as enchentes que devastaram o estado em maio tiveram influência do El Niño. De acordo com a instituição, “o fenômeno, responsável pelo aquecimento das águas do Pacífico, ajudou a bloquear frentes frias e a concentrar os sistemas de áreas de instabilidade sobre o Rio Grande do Sul”.

“A catástrofe no Brasil — e as inundações em curso na África Oriental — realçam a necessidade de uma resposta mais integrada ao El Niño e aos impactos das alterações climáticas”, destacou a ONM em comunicado divulgado no mês passado.

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