O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou, nesta terça-feira (8), o comportamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou que “não vai dar certo”. De acordo com o chefe do Executivo, o republicano “acha que é capaz de ditar regras para tudo que vai acontecer no mundo”, e defendeu que o Brasil tenha equilíbrio para tomar decisões com base na própria realidade.
“Estou vendo o comportamento do presidente [Donald] Trump nos Estados Unidos e não sei o que vocês [empresários] pensam, mas acho que não vai dar certo. Não vai dar certo. Ninguém pega um transatlântico daquele, carregado, e muito carregado, e faz as coisas que estão acontecendo lá. Ninguém brinca de que o mundo não existe, com quase 200 países, ninguém esquece que os países querem ter soberania e estabelecer processo de harmonia, afinal a coisa mais importante hoje é o multilateralismo”, disse Lula.
“E, de repente, o mundo tem um cavalo de pau, em que um cidadão sozinho acha que é capaz de ditar regras para tudo que vai acontecer no mundo. Eu temo em dizer para vocês que pode não dar certo. E é importante que nós brasileiros mantenhamos em equilíbrio para que a gente tome decisões com base na nossa realidade, que a gente defina o projeto de país que a gente quer e que possa colocar em prática”, completou.
As declarações foram dadas por Lula durante agenda em São Paulo. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos anunciou um novo pacote de tarifas comerciais que afetará diversos países. No caso do Brasil, os produtos serão taxados em 10%. A data, batizada pelo republicano como o “Dia da Libertação”, marca o início de medidas que, segundo ele, têm impacto global e entraram em vigor no último sábado (5).
Em nota, o governo federal lamentou as novas tarifas comerciais impostas por Trump. O Executivo brasileiro destacou que vai manter a postura diplomática em relação ao tema, mas afirmou avaliar “todas as possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral”. Até o momento, a aposta da gestão é na saída diplomática e no diálogo. No entanto, não descarta taxar de volta.